A brasileira Renée Nader Messora ergueu o punho ao receber o prêmio do ator americano Benício del Toro - presidente do júri da mostra independente em Cannes, na sexta-feira 18. O co-diretor João Salaviza reivindicou "Demarcação já!" às terras indígenas.
No dia anterior, a equipe do filme, incluindo diretores, produtores e os protagonistas Ihjñac Krahô e Kôtô Krahô, subiram no tapete vermelho de Cannes e denunciaram, com cartazes em português, inglês e francês o genocídio indígena no Brasil. Para os cineastas, o governo Temer se recusa a demarcar terras indígenas, favorecendo grandes proprietários rurais.
Injãc é um adolescente da etnia Krahô que resiste ao desejo de seu pai morto para se tornar pajé. Aflito, ele foge da comunidade Pedra Branca em direção à cidade de Itacajá, no Tocantins. O longa-metragem de ficção Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, dirigido pelo português João Salaviza e pela brasileira Renée Nader Messora, concorria na mostra Um Certo Olhar, em Cannes.
As pesquisas começaram em 2009 e para as filmagens a equipe ficou nove meses convivendo com os Krahô. O filme não tem nenhum ator profissional e é quase todo falado na língua indígena, com exceção de algumas cenas na cidade. Kôto e Ihjãc, que também estão em Cannes, falam (ver abaixo em vídeo) como foi o trabalho de atuar. O antropólogo Vítor Aritanha fez o som do filme, além de servir como tradutor.
Por: Radio France Internationale
Por: Radio France Internationale
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