INTERADUS: fevereiro 2016

As abelhas estão sumindo!

A diminuição no número de abelhas, borboletas e pássaros, essenciais para a polinização dos cultivos, ameaça parte da produção agrícola mundial, advertiram nesta sexta-feira especialistas que avaliam para a ONU o retrocesso da biodiversidade.

Diminuição de abelhas e outros polinizadores ameaça agricultura mundial

"Um número crescente de polinizadores estão ameaçados de extinção, em nível mundial, devido a vários fatores, muitos deles causados pelo homem, o que coloca em risco os meios de existência de milhares de pessoas e centenas de bilhões de dólares de produção agrícola", estima este grupo de especialistas internacionais em um comunicado.

A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES, em inglês) chegou a esta inquietante conclusão em seu primeiro relatório, divulgado esta semana em Kuala Lumpur, e em um documento para frear uma espiral prejudicial para a alimentação das populações.

Trata-se da primeira análise de tal magnitude realizada sobre o tema.


Segundo a IPBES, de 5% a 8% da produção agrícola mundial, ou seja, entre 235 e 577 bilhões de dólares, são diretamente dependentes da ação dos polinizadores nas colheitas (cereais, frutas, etc).

"Sem os polinizadores, muitos de nós não poderíamos consumir café, chocolate ou maçãs, entre outros alimentos de nossa vida diária", comentou Simon Potts, vice-presidente do IPBES e professor da Universidade de Reading (Reino Unido).

Existem mais de 20.000 espécies de polinizadores, sejam selvagens, como as borboletas ou o os mamangabas, ou domésticos, como a abelha-europeia (Apis mellifera), que fabrica mel.

De modo geral, ao menos três quartos das colheitas mundiais dependem de polinizadores para o crescimento das plantas, para o rendimento ou a qualidade, indicam estes especialistas.

Diferentemente do trigo ou do arroz, a maioria das frutas e verduras, as oleoginosas e certos cereais - que constituem "fontes importantes de vitaminas e minerais" - dependem da polinização.

Daí a advertência dos cientistas sobre uma "possível alta dos riscos de desnutrição".

Atualmente, 16% dos polinizadores vertebrados, como pássaros ou morcegos, estão ameaçados de desaparecimento, um número que chega a 30% entre as espécies insulares, afirmam os especialistas.

Para os insetos, os maiores polinizadores, não há avaliação em escala mundial por falta de dados disponíveis. No entanto, "as estimativas locais e regionais indicam ameaças muito elevadas, em particular para as abelhas e as borboletas, às vezes com mais de 40% de espécies de invertebrados ameaçados localmente", indica o documento.

A América do Norte e a Europa ocidental estão particularmente ameaçadas pela diminuição de polinizadores selvagens.

Na Europa, as populações de abelhas - selvagens e domésticas - e das borboletas estão em queda livre (respectivamente -37% e -31%) e 9% destes animais estão ameaçados de extinção.

Embora existam dados incompletos para América Latina, Ásia e África, os cientistas estimam que as mesmas tendências são registradas nestas regiões.

Este retrocesso tem várias causas.

"A diminuição dos polinizadores selvagens deve-se principalmente à mudança na utilização das terras, às práticas de agricultura intensiva e à utilização de pesticidas, às espécies invasivas, aos agentes patogênicos e às mudanças climáticas", resume Robert Watson, um dos vice-presidentes da IPBES.

O grupo de especialistas, que só emite recomendações, lembra os meios para criar um mundo mais favorável aos polinizadores: uma maior presença de flores selvagens perto das colheitas, redução do uso de pesticidas e melhor controle dos parasitas.

Este primeiro informe foi redigido por 80 especialistas e comentado por centenas de cientistas.

O IPBES está encarregado de fazer relatórios sobre o declínio de espécies animais e vegetais, assim como sobre seus ecossistemas, que constituem a biodiversidade mundial.

Por: AFP

'Bola de fogo' explode sobre Atlântico a mil quilômetros da costa do Brasil

O maior meteoro já visto desde o que atingiu a cidade russa de Chelyabinsk há 3 anos entrou na atmosfera da terra sobre o oceano Atlântico – perto do Brasil.


O evento, que só foi divulgado agora, ocorreu às 11h55 do dia 6 de fevereiro.
Ao queimar-se na atmosfera, a rocha espacial liberou o equivalente a 13 mil toneladas de TNT.

Esse é o evento mais grandioso do gênero desde o ocorrido em Chelyabinsk, em 15 de fevereiro de 2013. O meteoro que atingiu a região liberou 500 mil toneladas de TNT.
Mais de mil pessoas foram feridas na ocasião – a maioria atingidas por estilhaços de vidro de janelas.
Costa brasileira.


Já a bola de fogo sobre o Atlântico provavelmente passou despercebida. Ela se desintegrou a cerca de 30 quilômetros sobre a superfície do mar, a 1000 quilômetros da costa brasileira.

A Nasa listou o acontecimento em uma página de internet que relata a ocorrência de meteoros e bolas de fogo.

Cerca de 30 pequenos asteroides (que medem entre 1 e 20 metros) entram na atmosfera da Terra anualmente, segundo pesquisas científicas.
Como a maior parte da superfície terrestre é coberta por água, maioria deles cai nos oceanos e não afeta áreas habitadas.


Por: BBC Brasil

Start-up britânica aposta em carro compacto a hidrogênio

Rasa será movido a hidrogênio e terá autonomia de 482 quilômetros entre cada recarga.

Quando em 2014 a start-up Riversimple, sediada no País de Gales, anunciou sua primeira criação, um “demonstrador de tecnologia” movido a hidrogênio, ficou claro que o que eles tinham em mente era criar um carro de verdade.

Rasa será movido a hidrogênio e terá autonomia de 482 quilômetros entre cada recarga

Na época, o fundador da empresa, Hugo Spowers, disse que sua equipe estava repensando a mobilidade “a partir de uma folha em branco”. Na semana passada, eles apresentaram ao público seu primeiro protótipo: um carro de dois lugares batizado de Rasa.
Para a Riversimple, seu principal negócio não é a fabricação de veículos, mas sim de um “sistema de mobilidade” que responda às atuais limitações econômicas e ambientais.
A proposta da empresa é que o dono de um Rasa pague uma taxa mensal pelo carro e por um pacote que inclui manutenção, seguro e combustível. Na apresentação do modelo, a Riversimple usou e abusou de frases como “design integral de sistema” ou “criação de valor” para usuários, investidores e o meio ambiente.

Maior obstáculo, por enquanto, é a escassez de estações de reabastecimento de hidrogênio

Autonomia e design

Mas se o manifesto da start-up é pesado, o Rasa é exatamente o contrário. Ele tem meros 580 quilos e é formado por peças em fibra de carbono. Movido a hidrogênio, o carro é feito para circular pelas ruas em trajetos rotineiros.
O modelo é pequeno, mas exibe ousadas portas de asas de gaivota, além de ter uma aerodinâmica bulbosa que lembra muito os carros de Fórmula 1 e a primeira geração do Honda Insight.
O propulsor de célula de combustível é descrito como um “sistema elétrico em rede”. Quatro motores usam a energia recuperada nas freadas para recarregar supercapacitadores (que se recarregam mais rapidamente do que as baterias convencionais).
Isso significa que as células de combustível de hidrogênio dispensam o uso de energia para aceleração – consumindo apenas o suficiente para manter o Rasa circulando no trânsito.

O carro é capaz de atingir 96 quilômetros por hora, e seu tanque de hidrogênio comprimido dá a ele uma autonomia de 482 quilômetros entre cada recarga – o equivalente a 88,5 quilômetros por litro.
Por enquanto, o maior desafio do Rasa são as recargas. Há dois anos, os veículos movidos a hidrogênio pareciam fazer parte de um novo futuro no mundo dos transportes. Mas a falta de infraestrutura e as críticas ao consumo de energia não limpa usada na fabricação desse combustível acabaram trazendo um desânimo ao setor.
Na Grã-Bretanha existem apenas quatro estações de reabastecimento de hidrogênio acessíveis ao público. Mas a Riversimple acredita que esse é um problema temporário.
Sua estratégia é produzir apenas alguns milhares de modelos em fábricas locais do País de Gales, e depois montar estações de reabastecimento na região. Mesmo que se criem pequenas comunidades isoladas movidas a hidrogênio, é possível que um dia se forme uma malha dessa rede sustentável que cubra todo o país.

por David K. Gibson

Por que o preço da gasolina não cai no Brasil?

Barril do petróleo despenca, mas País não vê valor do combustível diminuir; para analistas, principal motivo é a crise na Petrobras

A Petrobras não reduz o valor da gasolina há sete anos

A Petrobras vem optando por não baratear o preço da gasolina e do diesel no Brasil, em alta desde 2009, apesar de o petróleo seguir em queda nos mercados internacionais, indo dos mais de 110 dólares de meados de 2014 para menos de 30 dólares no último mês de janeiro.

A opção é constantemente alvo de críticas, já que em mercados onde há maior concorrência, como o americano, os preços costumam ser reajustados de acordo com as variações nos valores da commodity. Nos EUA, por exemplo, o galão de gasolina está na casa dos 2,05 dólares, menor valor em sete anos.

A Petrobras não reduz o valor da gasolina há sete anos. Pelo contrário: desde 2013, foram quatro reajustes para cima. O preço do combustível subiu 6,6% em janeiro de 2013; 4% em novembro de 2013; 3% em novembro de 2014 e 6% em setembro de 2015.

Já o óleo diesel subiu cinco vezes no mesmo período: 5,4% (janeiro/2013), 5% (março/2013), 8% (novembro/2013), 5% (novembro/2014) e 4% (setembro/2015). A alta foi para as distribuidoras e não necessariamente é o mesmo percentual encontrado nos postos de combustíveis.

"Quando o petróleo estava muito caro no exterior, o Brasil vendia muito barato seus derivados, porque o governo federal queria ganhar as eleições e controlar a inflação", afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). "O Brasil está na contramão do mundo. As únicas beneficiadas são as exportadoras, porque o câmbio superior a 4 reais torna o produto brasileiro mais competitivo."


Já o analista de petróleo Walter De Vitto, da Tendências Consultoria, pondera que nem toda a queda de petróleo no mercado internacional deve ser repassada para o interno, já que a grande desvalorização do real compensou, em parte, a diminuição do preço da commodity em dólares.

"A política de preços da Petrobras mudou, e a empresa está segurando os preços para reaver o que perdeu entre 2011 e 2014, quando praticou preços abaixo do mercado internacional, e equacionar a situação de endividamento elevado da empresa", destaca.

Consequências para a economia

Para alguns analistas, agora que a inflação está em alta e o preço do barril no exterior está em baixa, o governo, como sócio majoritário da estatal, poderia repassar a queda do petróleo no exterior para o mercado interno, a fim de estimular a economia brasileira e controlar a inflação.

De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) não deverá voltar a crescer antes de 2018. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em janeiro que a inflação oficial do País fechou 2015 em 10,67%, 4,17 pontos acima do teto da meta inflacionária fixada pelo Banco Central.

"Agora que o petróleo está barato e o mundo aproveita para reduzir a inflação e beneficiar determinadas indústrias para que haja uma recuperação econômica um pouco melhor, o não repasse da queda do preço do barril no mercado internacional auxilia o aumento da inflação. Além disso, as empresas que consomem muito petróleo não são ajudadas", diz Pires, do CBIE.

De Vitto, por sua vez, afirma que segurar os preços dos combustíveis a níveis mais baixos do que do mercado pode piorar a situação da empresa. "Inflação tem que ser atacada por outras políticas, e mexer em preços relativos já se mostrou um péssimo negócio no País. Isso não é uma boa saída", opina.

A diminuição do valor de venda dos derivados de petróleo no mercado interno esbarra, entre outras coisas, na dívida bruta da estatal, de cerca de 500 bilhões de reais, e na dificuldade de obter recursos de investidores internacionais, por conta das consequências da Operação Lava Jato.

O não acompanhamento da queda dos preços no mercado internacional poderá, em parte, influenciar de forma positiva o próximo balanço financeiro da estatal. Por outro lado, devem ser observadas questões como os gastos com juros, amortização da dívida, investimentos e trajetória do câmbio.

"Em tese, está sendo feita uma compensação financeira, já que, na época em que a estatal pagava mais caro para importar devido à alta do preço do barril no mercado internacional e não repassava para os preços internos, a empresa registrou prejuízo", afirma Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec/RJ. "O valor dos derivados não deve cair a curto prazo no País, dado a necessidade de recomposição de caixa da empresa."

Valor final

A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que os reajustes praticados nos produtos para as companhias distribuidoras, sejam de aumento ou redução, evitam refletir a volatilidade dos preços do petróleo nos mercados internacionais e as oscilações cambiais de curto prazo.

Em seu site, a estatal afirma que as refinarias produzem e vendem a gasolina 'A' (sem etanol) e diesel 'A' (sem biodiesel) para as diversas companhias distribuidoras de combustíveis autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que fazem a mistura com os biocombustíveis, respectivamente anidro e biodiesel, e revendem para os postos.

"Assim, no preço ao consumidor final estão incluídos, além do preço da Petrobras, o preço dos biocombustíveis, as margens brutas de distribuição e de revenda, e os tributos estadual (ICMS) e federais (Cide e PIS/Cofins)", afirma o texto.


Sexo entre humanos e neandertais 'ocorreu 40 mil anos antes do que se pensava'

Seres humanos modernos tiveram cruzamentos com neandertais muito antes do que se pensava, afirmam pesquisadores. Traços de DNA humano encontrados em um genoma neandertal sugerem que começamos a nos misturar com nossos extintos parentes há 100 mil anos.

Os genes neandertais podem ter influência em uma condição cada vez mais normal atualmente: a depressão

Imaginava-se até então que as duas espécies haviam se encontrado pela primeira vez quando humanos modernos deixaram a África, há cerca de 60 mil anos. O estudo foi publicado na revista científica Nature.

Para Sergi Castellano, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, a descoberta é "significativa para o entendimento da história de humanos modernos e neandertais".

Resquícios de uma neandertal fêmea, encontrados em uma caverna remota nas montanhas Altai, na Sibéria (Rússia), foram a fonte das revelações sobre a vida sexual de nossos ancestrais.


Uma análise genética revelou presença de porções de DNA humano dentro do genoma da neandertal, indicando um cruzamento de espécies há 100 mil anos.

Pesquisas anteriores haviam sugerido que esses cruzamentos com nossos parentes corpulentos e de sobrancelhas proeminentes tinham começado quando humanos deixaram a África e começaram a se espalhar pelo mundo. Ao deixar o continente, eles encontraram e tiveram cruzamentos com os neandertais, que viveram ao longo da Europa e da Ásia.

Genes neandertais desses encontros são encontrados em humanos hoje, e estudos recentes indicam que essas porções de DNA exercem papel em tudo, de nosso sistema imunológico à propensão a doenças. Mas esse achado recente de um fluxo de genes na direção oposta, de humanos a neandertais, sugere que os cruzamentos estavam acontecendo milhares de anos antes.

O impacto desses genes sobre os neandertais ainda não é claro. A descoberta, no entanto, amplia o entendimento sobre a história da migração humana.

Se os primeiros humanos estavam mantendo relações sexuais com neandertais há 100 mil anos, isso deve ter ocorrido fora da África, porque não há vestígios dessa espécie extinta no continente africano. E isso significa que esses humanos deixaram a África antes da grande dispersão que ocorreu ao menos 40 mil anos depois.

A conclusão reforça a ideia de que houve incursões humanas precoces para fora da África. Outra evidência recente inclui a descoberta de fósseis de humanos em Skhul e Qafzehm em Israel, e pesquisas indicam que pessoas viviam na China há 80 mil anos.

"Creio que qualquer lugar no Sudeste Asiático pode ter sido ter sido o lugar desse cruzamento, já que não sabemos ao certo como neandertais e primeiros humanos modernos poderiam ter estado nas regiões entre a Arábia e a China nesta época", disse Chris Stringer, chefe de pesquisa em origem humana no Museu de História Natural de Londres.

"No momento simplesmente não sabemos como esses cruzamentos ocorreram. As possibilidades vão de trocas de parceiros relativamente pacíficas a um grupo atacando o outro e roubando fêmeas (o que ocorre com chimpanzés e humanos caçadores-coletores) e adoção de bebês órfãos."

Para Stringer, estudos genéticos eventualmente poderão mostrar "se a transferência de DNA na outra direção foi sobretudo por meio de machos, fêmea

Por: BBC Brasil

o que é uma startup?


Startup é um termo que já existe há algum tempo nos Estados Unidos. Aqui, a palavra só foi popularizada perto dos anos 2000, com a chamada bolha da internet. Mas, afinal, o que significa ser uma startup?

Amure Pinho, presidente da ABStartups, oferece uma definição: “Uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócio que seja escalável e repetível, trabalhando em situações de extrema incerteza."

Vamos por partes. O primeiro ponto para prestar atenção é o “à procura de” – uma empresa com cultura de startup está sempre se reposicionando e procurando novos modelos de negócio. Esse é o caso do Facebook e do Google, por exemplo: apesar de já terem encontrado um modelo de negócio bem sucedido para suas empresas, a cada novo projeto eles voltam às suas raízes de startup, explica Pinho.


Essas raízes são feitas de eficiência, inovação, prototipagem e tecnologia. “O que marca uma startup é a forma como ela opera o negócio, e não o tamanho dela ou o setor em que ela atua”, afirma.

Outro fator que define as startups, como vimos, é a chamada “escalabilidade”: crescer aceleradamente em receita, enquanto os custos aumentam de forma bem menos veloz. “Cada vez mais a margem delas é maior, porque elas se mantêm enxutas”, diz o presidente da ABStartups.

Enquanto ser “repetível”, como já se supõe, quer dizer que seu produto ou serviço pode ser entregue ignorando a escala desse pedido – já que não há muito trabalho de adaptação para cada cliente. Um exemplo de modelo de negócio repetível é o Uber: para atender 10 clientes ou 100 clientes, não é preciso adaptar o tipo de serviço que os motoristas oferecem ou o aplicativo: basta aumentar a escala do atendimento.

Por fim, a expressão “situações de extrema incerteza” significa que ninguém tem como afirmar se esse modelo de negócio dará certo ou não. Ou seja, não é preciso sucesso confirmado para ser uma startup.


A história de uma startup

Uma startup costuma começar pequena, com um, dois ou três fundadores. Conjuntamente ao planejamento da empresa, os empreendedores formatam um produto-teste - esse é o mínimo produto viável, ou simplesmente MVP. A startup faz uma série de experimentos e pesquisas com clientes potenciais, até alcançar o produto que se encaixa perfeitamente com a necessidade desses consumidores. Depois, começa o crescimento acelerado do empreendimento, que pode ser acompanhado de investimentos.

Quando uma startup já está no mercado há alguns anos e fatura na casa dos milhões por ano, ela recebe outro nome: scale-up. Esse é o último estágio na vida desse tipo de negócio.

Todo esse processo costuma ser resumido em cinco fases, explica Pinho: 1) “curiosidade” (ainda está buscando um modelo de negócio); 2) “ideação” (cria um protótipo, mesmo que na imaginação), 3) “operação” (a startup de fato funciona, já está registrada e pode fazer contratações), 4) “tração” (o modelo de negócio está mais estabelecido, já consegue reinvestir suas receitas e apresenta um crescimento rápido); e 5) “scale-up”.

Exemplos

Alguns exemplos de startups mais conhecidas do público são Airbnb, Easy Taxi, iFood, Nubank e Uber.

Contra Zika, Aedes que não transmite vírus é a grande aposta da Fiocruz

Pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) estão obtendo resultados promissores em um novo experimento contra o Aedes aegypti. Eles introduziram a bactéria Wolbachia (lê-se voubáquia) em ovos do mosquito para torná-lo incapaz de transmitir os vírus da dengue, da febre amarela, da chikungunya e da zika.



Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, esta é uma das principais apostas científicas do país no controle dos surtos para os próximos anos, porque, ao contrário do polêmico mosquito transgênico infértil da Oxitec usado em algumas cidades do Brasil, este é capaz de substituir a população existente sem nenhum prejuízo ao equilíbrio do meio ambiente.

A técnica também não envolve modificação genética ou procedimento com produtos tóxicos --a Wolbachia já existe em mais da metade dos insetos do mundo, inclusive no pernilongo, e não causa danos à saúde humana. "É uma bactéria restrita a animais invertebrados", explica a Fiocruz. 

A técnica, desenvolvida na Austrália, usa microinjeção para inserir a bactéria, originária da mosca-das-frutas (a Drosophila melanogaster), nos mosquitos. A bactéria bloqueia o vírus e impede a transmissão de doenças, além de reduzir a longevidade do Aedes.



O teste atual está sendo feito nos bairros de Tubiacanga, no Rio de Janeiro, e Jurujuba, em Niterói (RJ), onde os mosquitos modificados já estão soltos e reproduzindo-se na natureza. Por ali nasce uma geração de insetos que, após seis meses de análise, carregam a bactéria e deixam de ser vetores das doenças.

A pesquisa ainda está em fase inicial e em pequena escala de uso, mas os resultados preliminares apontam que após 20 semanas 65% dos Aedes aegypti das duas localidades já continha a bactéria. A liberação dos mosquitos modificados aconteceu entre setembro de 2014 e janeiro de 2015.

Apesar do grande potencial da pesquisa, a Fiocruz não diz em quanto tempo teremos os mosquitos em larga escala e em mais cidades do Brasil. Mesmo diante de uma epidemia que foi classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), os pesquisadores só afirmam que ainda estão em fase de teste.

Entenda as fases envolvidas na pesquisa
Na fase de monitoramento do mosquito na natureza, os pesquisadores perceberam que houve uma redução no percentual do Aedes aegypti com bactéria nos bairros estudados. O clima (escassez de chuvas e altas temperaturas) e a sensibilidade dos mosquitos aos inseticidas devem ter contribuído para as mortes dos insetos. 

O projeto então soltou mais exemplares nas localidades. Desta vez, foram colocados na natureza mosquitos adultos e também ovos de mosquitos modificados. Para isso, os pesquisadores usaram recipientes plásticos com tampa e pequenos furos nas laterais, com água e comida para as larvas, que foram colocados nas casas de moradores voluntários.



O ciclo é: depois de sete a dez dias, os ovos viraram larvas, que então viram mosquitos. Os Aedes saem pelos furos do pote e convivem na natureza com outros mosquitos. Ao se reproduzirem, criam uma nova geração de insetos com a bactéria.

Os moradores são visitados quinzenalmente, quando são repostos os ovos do mosquito.

Os estudos nacionais são aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.


Por: Carlos Madeiro 

"E aí, somos todos Charlie?" charge retrata menino refugiado como estuprador

Uma nova charge do semanário satírico francês "Charlie Hebdo" provocou revolta nas redes sociais. A peça sugere que Alan Kurdi, menino refugiado que morreu afogado ao tentar chegar à Europa, se tornaria um agressor sexual quando crescesse, em referência à recente onda de denúncias contra imigrantes na Alemanha.

Charge do Charlie. Humor sem graça e preconceituoso.

No desenho, intitulado "Migrantes" e assinado pelo cartunista Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, dois homens pervertidos correm atrás de mulheres apavoradas.

"O que o pequeno Alan seria se ele se tornasse adulto?", pergunta a charge, ao lado uma caricatura do corpo do menino afogado em uma praia. "'Apalpador' de bundas na Alemanha", acrescenta.

A ilustração foi publicada na última edição do "Charlie Hebdo", que foi às bancas nesta quarta-feira (13), menos de uma semana depois do primeiro aniversário do atentado terrorista à redação do semanário.

Revoltados com a charge, muitos leitores acusaram a publicação satírica de generalizar os imigrantes como criminosos, propagando racismo e xenofobia.

"Que vergonha dos racistas do 'Charlie Hebdo'. Relacionar estupro e raça é verdadeiramente vergonhoso", publicou no Twitter uma usuária identificada como Kavita Krishnan.

"E aí, 'somos todos Charlie?'", indagou em tuíte o usuário José Antonio Lima, em referência ao slogan "Je suis Charlie" ('Eu sou Charlie', em português), que se popularizou como forma de apoio ao semanário francês após o ataque de janeiro de 2015.


REFUGIADOS

O corpo de Alan Kurdi, 3, foi fotografado em uma praia na Turquia após o naufrágio da embarcação em que viajava com destino à Grécia. As imagens circularam o mundo, gerando comoção e atraindo atenção para a crise migratória no Mediterrâneo.

O corpo de Alan Kurdi, 3 anos
Em meio ao crescente drama vivido pelos refugiados, alguns governos europeus, como o da Alemanha, flexibilizaram suas políticas de asilo. Grupos ultranacionalistas reagiram à chegada de estrangeiros, acusando-os de ameaçar a vida cultural e econômica de seus países.

O discurso antimigrantes ganhou força após a recente onda de agressões físicas e sexuais contra mulheres, cometidas em grande parte por estrangeiros, durante as celebrações de Ano-Novo em Colônia, dentre outras cidades alemãs.

A apresentação de centenas de denúncias de violência provocou protestos e inspirou até mesmo a organização de ataques contra refugiados.

Nesta semana, o governo da chanceler alemã Angela Merkel reagiu às denúncias com medidas para facilitar a deportação de imigrantes que tenham cometido crimes sexuais ou delitos graves, como homicídios e sequestros.

Ondas gravitacionais previstas por Einstein são detectadas, um marco para a física



Em um marco para a física e a astronomia, cientistas de vários países anunciaram nesta quinta-feira ter detectado de forma direta as ondas gravitacionais, ondulações do espaço-tempo que foram previstas por Albert Einstein há um século.



Dois buracos-negros se chocaram há 1,3 bilhão de anos. O cataclismo lançou estas ondas em todas as direções até que chegaram à Terra no dia 14 de setembro, onde foram captadas por instrumentos instalados nos Estados Unidos, informaram cientistas durante uma coletiva de imprensa em Washington.


por: AFP

Reduzir desigualdade social não é prioridade dos governantes no Brasil

De 2003 a 2010, 25 milhões de brasileiros saíram do estado de pobreza. Mas, com a recessão que assola o país, a redução das desigualdades deixou de ser uma prioridade

Eugênia Oliveira possui a resignação daqueles que a vida nunca poupou, e está feliz porque não há ratos rondando seu barraco de madeira. "Graças a Deus". Eugênia tem 35 anos, seis filhos e em breve sete, vive em um dois cômodos de arquitetura tosca e perigosa em Paraisópolis, uma favela do sul de São Paulo, a megalópole brasileira. Uma cortina grudenta separa a cozinha de cerca de 4m² de um quarto de dormir pouco maior, onde se amontoa a família em meio à sujeira e à umidade, com a televisão ligada na Globo, a emissora mais popular do país. "No inverno a gente congela, no verão a gente cozinha", ela brinca.

Quando sua filha mais nova nasceu com um problema cerebral, Eugênia teve de deixar seu emprego de faxineira e a casa de alvenaria que ela ocupava em outra área da favela, por não poder pagar o aluguel exorbitante (R$ 300) que o proprietário lhe pedia. Ela se mantém com o Bolsa Família, oferecido pelo Estado aos mais miseráveis em troca da escolarização dos filhos, e está esperando por uma pensão para sua filha.



Nessa noite de janeiro, a água da chuva misturada ao esgoto escorre ao longo de uma rua lamacenta. O cheiro de urina se mistura ao do de fritura das cozinhas dos arredores, em meio ao barulho gerado pela proximidade entre as casas. A algumas centenas de metros dali, é possível ver os prédios luxuosos do Morumbi, abrigando apartamentos de milhões de reais, com piscina, varanda e sauna, onde trabalham como empregados domésticos alguns moradores dessa favela.

Com esses contrastes chocantes, prova das vertiginosas desigualdades, Paraisópolis confirma as estatísticas que mencionam uma distorção da distribuição de renda equivalente à do início do século 19 na França ou no Reino Unido, época dos "Miseráveis" de Victor Hugo e dos romances de Charles Dickens, como lembrou no dia 5 de janeiro a revista semanal brasileira "Carta Capital". Segundo a ONG Oxfam, 62 bilionários detêm uma riqueza equivalente à da metade da população mundial, ou seja, 3,6 bilhões de pessoas. Entre eles, há dois brasileiros: o empresário e ex-campeão de tênis Jorge Paulo Lemann e o banqueiro Joseph Safra.

No Brasil, os dados não permitem medir as desigualdades de patrimônio, mas só a diferença de renda já dá uma ideia do problema: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o 1% dos mais ricos, em 2014, ganhava em média R$ 14.548 por mês, ante R$ 155,00 no caso dos 10% mais pobres. Quase cem vezes menos. "É bem alarmante", observa Marc Morgan Mila, aluno de Thomas Piketty, que está redigindo uma tese sobre as desigualdades brasileiras na Escola de Economia de Paris.


O temor de um retrocesso

Ele diz que o culpado disso é um sistema de tributação que, em certos sentidos, confere ao Brasil um aspecto de paraíso fiscal. As rendas obtidas dos dividendos das empresas e recebidas por pessoas físicas não são tributadas, a tributação do patrimônio é quase inexistente, a das heranças é leve e o imposto sobre a renda é pouco progressivo, com uma alíquota máxima de 27,5% (contra mais de 40% na França). A maior parte das receitas fiscais vem dos impostos indiretos cobrados do consumo como o ICMS, que ricos e pobres pagam de maneira idêntica e injusta. No final, um milionário paga proporcionalmente 25% a menos do que um trabalhador de classe média.

"Após a abolição da escravatura em 1888, o Brasil não teve uma verdadeira reforma agrária, e assim foram perpetuadas as desigualdades de renda que também são desigualdades de gênero e de raça", comenta André Calixtre, diretor de estudos no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em Brasília. Os grandes proprietários fundiários, ex-colonos, brancos, transformaram sua fortuna agrária em patrimônio industrial, financeiro ou imobiliário, enquanto os descendentes de escravos se mantiveram na pobreza. Em 2014, um homem branco ganhava em média R$ 2.393,00, contra R$ 956,00 no caso de uma mulher negra, ressalta Calixtre.

No entanto, o Brasil, ex-astro dentre os países emergentes, no começo dos anos 2000 tomou o caminho do desenvolvimento que primeiramente beneficiou os mais pobres. Com a ajuda do boom do preço das matérias-primas e da política social do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que ocupou o poder de 2003 a 2010, 25 milhões de brasileiros saíram da pobreza. De 2002 a 2014, o salário mínimo aumentou 77% em termos reais, ou seja, bem mais que a renda média (+40%). Entre 2004 e 2014, o índice de brasileiros que vivem em extrema pobreza, com menos de US$ 1 por dia (R$ 3,93), caiu para um terço, de 9,37% para 3,09%.

"Após a abolição da escravatura em 1888, o Brasil não teve uma verdadeira reforma agrária, e assim foram perpetuadas as desigualdades de renda que também são desigualdades de gênero e de raça"

"A desigualdade diminuiu, mas não o suficiente", comenta Katia Maia, diretora da Oxfam Brasil. Para ir além, faltava a reforma fiscal que é o que se esperaria de um governo de esquerda. Pragmático, o ex-presidente tomou o cuidado de não assustar o "muro do dinheiro": "O Lula concentrou sua ação em ajudar os mais pobres, sem incomodar os mais ricos", resume Morgan Mila. Essa tática foi colocada em evidência por algumas pessoas desde que ele chegou ao poder em 2003, quando foi pela primeira vez à cúpula econômica de Davos, símbolo do capitalismo, e a seu contraponto, o Fórum Social de Porto Alegre.

Hoje, a recessão, a inflação de dois dígitos e o aumento do desemprego trazem os temores de um retrocesso. Em 2015, o país perdeu 1,5 milhão de empregos e a economia informal vem crescendo. Só que "o melhor programa social é o emprego", acredita Heloísa Oliveira, da fundação Abrinq, que visa proteger as crianças e os adolescentes. "A crise pode agravar a vulnerabilidade dos mais jovens", ela diz preocupada, lembrando que em 2010 19% das mães brasileiras tinham menos de 19 anos e que, no Nordeste, mais de um terço da população tem entre 0 e 18 anos e vive em favelas. Em certos Estados como o Acre, na Amazônia, o mais pobre do país, o coeficiente Gini, que mede as desigualdades, voltou a se agravar em 2015. Oliveira lamenta que não se tenha colocado mais ênfase na educação, pensando no futuro.

Mas não é mais tempo de gastar. A presidente Dilma Rousseff (PT), ameaçada de impeachment, desde 2014 parou de conduzir uma política social seguindo o modelo de seu antecessor, passando a adotar o rigor. Mesmo os sagrados gastos com o Carnaval, que será no início de fevereiro, foram revistos para baixo. Essa austeridade pode se revelar positiva caso Brasília reforme um Estado gastador e pouco eficiente, mas também negativa caso os cortes orçamentários sejam feitos de qualquer jeito e afetem os programas sociais, a ponto de comprometer a ambição do Brasil de fundar uma sociedade mais igualitária.


por: Le Monde - Claire Gatinois

Perguntas e respostas: crise imigratória na Europa

A resposta descoordenada e, por vezes, xenofóbica de governos europeus coloca a União Europeia no centro da crise

O mundo vive a maior crise de migratória de refugiados, por motivos de guerra ou perseguição política e étnica, desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo a ONU, em 2014, 59,5 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar seus países devido à violência. Neste ano, a expectativa é de um que número ainda maior.

Países com histórico recente de guerras lideram a lista dos que mais exportam refugiados. Em primeiro lugar vêm o Afeganistão, seguido pela Síria, Somália e Sudão, com o Iraque em sexto lugar. Nas últimas semanas, os refugiados têm se deslocado para a Europa, continente que apoiou intervenções militares no Afeganistão, Iraque e Síria. Leia, abaixo, algumas perguntas e respostas sobre o tema.



Por que muitos sírios estão deixando a Síria? 

A imensa maioria dos sírios que se dirige à Europa para escapar da guerra civil em seu país, iniciada em 2011, com a repressão imposta pelo ditador Bashar al-Assad às manifestações da chamada Primavera Árabe. Atualmente, diversas cidades sírias estão destruídas e o país se encontra dividido entre grupos pró-Assad, rebeldes anti-governo, forças curdas, o Estado Islâmico e outras facções jihadistas, entre elas a Frente al-Nusra, ligada à Al-Qaeda.

A família do menino Aylan Kurdi, encontrado morto em uma praia turca, vinha de onde?

Desde 2011, mais de 4 milhões de pessoas deixaram a Síria, cerca de um quarto da população. Aylan Kurdi, o menino cuja fotografia comoveu o mundo, havia fugido com sua família de Kobane, cidade síria palco de violentos confrontos entre militantes do Estado Islâmico e forças curdas no início do ano.



Os países europeus são os que mais recebem sírios?

Não. Segundo a Anistia Internacional, 95% dos refugiados sírios estão em apenas cinco países: Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. A Turquia já recebeu cerca de 2 milhões de sírios e o Líbano, mais de um milhão. A explicação para isso é a proximidade. Diante de uma situação de guerra, os refugiados não têm muitas opções de fuga e optam pela rota mais fácil, que geralmente leva a países vizinhos.

Por que os países ricos do Golfo Pérsico têm recebido poucos refugiados?

Os sírios não possuem livre tráfego para estes países. Oficialmente, eles podem solicitar um visto de turista ou permissão de trabalho, mas o processo é caro e há restrições veladas que dificultam a obtenção de vistos. Este posicionamento já foi criticado por organizações em defesa dos Direitos Humanos e não há perspectiva de mudança.

Ao mesmo tempo em que dificultam a entrada de refugiados sírios, países como Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos também são acusados por organismos internacionais de financiar grupos armados na Síria e manter a situação de guerra civil.

Cidadãos de quais outros países têm migrado para a Europa?

Além da Síria, cidadãos de outros países com violência constante ou em situação de grande pobreza têm sido obrigados a procurar refúgio na Europa. Segundo a Eurostat, órgão de estatísticas da União Europeia (UE), cidadãos sírios lideram a lista de pedidos de asilo, com 122 mil pedidos. Em seguida estão: Afeganistão (41 mil pedidos), Kosovo (37 mil), Eritrea (36 mil), Sérvia (30 mil) e Paquistão (22 mil).



Por que pessoas que procuram asilo na Europa estão sendo impedidas de embarcar em trens na Hungria?

Diante da chegada de um grande número de refugiados, o governo húngaro optou por impedi-los de acessar a estação central de trem de Budapeste, uma das vias para a Alemanha. O bloqueio era restrito apenas a refugiados. O governo húngaro se justificou dizendo que tentava cumprir as regras da União Europeia, que só permite o livre fluxo entre os países-membros para quem possuir passaporte europeu e visto de entrada. Além disso, a ação visava seguir a Convenção de Dublin, que estabelece que os candidatos a asilados façam o pedido no primeiro país da UE que entrarem.

Contudo, o bloqueio do governo não surtiu efeito e centenas de refugiados decidiram cruzar as fronteiras do país a pé. Diante disso, o governo húngaro cedeu. No dia 5, retirou os policiais da estação de trem de Budapeste e decidiu providenciar ônibus para levar os imigrantes até a fronteira com a Áustria. Diversos cidadãos alemães e austríacos também viajaram de carro até a Hungria para oferecer carona a quem pretendia se deslocar em direção a estes países.

Como os governos europeus estão reagindo à questão?

Não existe uma resposta unificada dos governos. Alemanha e Suécia, por exemplo, têm se mostrado receptivas aos refugiados. Por outro lado, Hungria e Reino Unido defendem um número limite de refugiados e políticas de deportação. Outros têm alertado refugiados que não estão preparados para recebê-los. Este é o caso do governo da Dinamarca, que publicou anúncios em três jornais libaneses pedindo para que eles não se dirijam para o país.

O bloco busca um entendimento sobre esta questão?

Sim. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu na quarta-feira 9 aos países da UE que recebam 160 mil refugiados e adotem ações "corajosas" para responder à mais grave crise migratória em décadas na Europa. Diante do Parlamento Europeu, Juncker disse que vai avançar com uma proposta que prevê a distribuição com "urgência" e com carácter "obrigatório" de mais 120 mil refugiados, além dos 40 mil já propostos, que hoje estão espalhados pela Hungria, Itália e Grécia. Conforme adiantou o jornal inglês Financial Times, a proposta irá prever multas para os países que rejeitem a sua quota. Segundo a ONU, a Europa deveria receber 200 mil refugiados.

Quais os países mais procurados pelos refugiados na União Europeia?

A maioria dos candidatos de asilados que chegaram à Europa nos últimos meses tem buscado países que pouco sofreram com a crise econômica, como Alemanha, Áustria e Suécia. Em 2014, os Estados-membros da União Europeia aceitaram 184 mil pedidos de asilo, segundo a Eurostat. O país líder na aprovação deste pedido é a Alemanha, com 47 mil pedidos aprovados, seguida por Suécia (33 mil), França (20 mil), Itália (20 mil), Suíça (15 mil) e Grã-Bretanha (14 mil).

Como resolver este problema?

Por definição, um refugiado é alguém que teve de deixar seu país natal por causa de sua etnia, religião, nacionalidade, convicção política ou pertencimento a certo grupo social, segundo a convenção de Genebra sobre refugiados. No caso dos refugiados sírios, por exemplo, a guerra civil é o principal motor da migração. Na Eritreia, por outro lado, a repressão e a perseguição política por parte do governo são as causas. Por isso, uma solução para a crise humanitária dos refugiados passa obrigatoriamente pela paz e estabilidade democrática nos países de origem.

Conflitos armados decorrentes da invasão do Iraque e Afeganistão, em países africanos ou pós Primavera Árabe respondem, em grande medida, pelo maior número de refugiados no mundo desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o número de deslocados e refugiados alcançou, em 2014, um recorde de 59,5 milhões de pessoas. Há uma década o número era de 37,5 milhões.

Como o Brasil tem se colocado diante da crise migratória?

Na segunda-feira 7, Dilma Rousseff disse que o Brasil está de "braços abertos para acolher refugiados", apesar dos "momentos de dificuldade como o que estamos passando". Desde o início da guerra civil até agosto deste ano, o Brasil já concedeu asilo a 2.077 sírios, segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão ligado ao Ministério da Justiça. Com isso, os sírios já representam 25% do total de refugiados no Brasil.

Este número é superior ao pedido de asilo de sírios aceitos por Estados Unidos (1.243) e países no sul da Europa, que recebem sírios vindos pelo Mediterrâneo. Segundo a Eurostat, entre os países europeus banhados pelo Mediterrâneo, a Espanha é a que mais aprovou solicitações de asilo, acolhendo 1.335 sírios. Em seguida, vêm a Grécia (1.275), Itália (1.005) e Portugal (15). Apesar de acolher um grande número de refugiados, o Brasil é criticado por oferecer poucas oportunidades para que eles consigam subsistir. "Eles têm grandes desafios para conseguir uma colocação profissional, moradia, mesmo que provisória, e ter acesso aos serviços públicos", afirma Manuel Furriela, presidente da Comissão da OAB-SP para os Direitos dos Refugiados.


Post original: CARTA CAPITAL

Microsoft planeja instalar centros de dados submarinos

O grupo norte-americano Microsoft planeja instalar centros de dados no oceano como parte de seu novo projeto Natick, revelado nesta segunda-feira.


"Ir debaixo d'água pode resolver vários problemas com a introdução de uma nova fonte de energia, reduzir consideravelmente os custos de refrigeração, reduzir a distância com as populações conectadas e tornar a instalação de centros de dados mais simples e mais rápida", disse o grupo em seu blog oficial.

A Microsoft diz que metade da população mundial vive a menos de 200 km de uma costa, e que um centro de dados debaixo d'água também poderia trabalhar com a energia das ondas e marés, enquanto as temperaturas da água doce garantem um arrefecimento automático.

Um centro de dados representa geralmente uma potência informática e uma libertação de calor correspondente a centenas ou mesmo milhares de computadores.

A ideia inicial foi de Sean James, especialista em centros de dados da Microsoft que trabalhou por três anos nos submarinos da marinha dos Estados Unidos.

"Eu vi como podemos por eletrônicos sofisticados debaixo d'água, e mantê-los protegidos da água salgada", explicou James no blog da Microsoft.

O projeto batizado Natick busca determinar a viabilidade desses potenciais centros de dados submarinos.

No ano passado, um primeiro teste de um protótipo de imersão foi realizado por três meses no Oceano Pacífico, cerca de um quilômetro da costa, onde ainda pode ser conectado a uma rede de computador padrão.

O recipiente de 17 toneladas e cerca de três metros de comprimento continha um mini-centro de dados com uma potência informática equivalente a cerca de 300 computadores de escritório.

Com a exceção de uma verificação mensal por um mergulhador, o bom funcionamento do presente protótipo poderia ser monitorado remotamente e de forma contínua por câmeras e receptores da sede da Microsoft em Redmond (noroeste dos Estados Unidos), mesmo durante a passagem uma pequena onda de tsunami, disse a empresa.

Amizade entre tigre e bode pode ter chegado ao fim na Rússia



É uma pena, mas parece que a amizade entre um tigre e um bode na Rússia pode ter chegado ao fim. Timur, o bode, e Amur, o tigre, tiveram uma briga e não estão mais juntos.

Em novembro, o bode foi colocado no local onde vive o tigre, em um safári perto de Vladivostok, na Rússia, para ser a sua refeição. Mas não só os dois se toleraram, como parecia que tinham virado amigos.


A dupla peculiar tornou-se popular nas redes sociais e até ganhou uma camiseta celebrando-a.

Mas Timur ficou ousado demais, começou a irritar e chifrar constantemente o tigre.

"Finalmente, o tigre não conseguiu mais se segurar, pegou o bode e atirou-o longe", contou o diretor do parque Dmitry Mezentsev à agência Tass nesta sexta-feira (29). "Decidimos colocá-los em recintos diferentes por enquanto."


por: UOL

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